Sempre que alguém fala em “ler imagens” um outro logo pensa em leitura de coisas impressas num suporte fixo: desenhos, pinturas, ilustrações, fotografias, gráficos etc. Nosso olho lê, sim, todas essas imagens massivamente publicadas. Lê e ignora, lê e pensa, lê e ri, chora, devora. Um jeito de se apropriar quase antropofagicamente do que nos cerca, como sugeriram os poetas revolucionários da Semana de Arte Moderna de 1922. De lá pra cá, a quantidade e o formato das imagens à nossa disposição mudou consideravelmente. Na velocidade peculiar à história de cada um, em contextos sociais dos mais variados, nossos olhos correm vertiginosamente à procura de sentido.
O que a leitura de imagens pode nos oferecer, afinal?
É possível extrair maior significado enxergando para além da materialidade fixa: o que há de vivo no que vemos? Qual intencionalidade podemos perceber no olho de quem registrou determinada imagem? E nas imagens que nos sugerem os poetas, então? Como ampliar a visão para, de fato, vê-las no poema? Cecília Meireles aponta-nos um possível caminho, dentre tantos:
“(…) Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
(…) Sê sempre o mesmo.
Sempre outro.
Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.”
[Cântico XVIII, Cecília Meireles]
Multiplicidade é, também, uma propriedade dos textos literários apontada pelo escritor italiano Ítalo Calvino em seu livro Seis propostas para o próximo milênio. Referindo-se especificamente à multiplicidade presente na literatura produzida em nosso atual milênio, o autor constrói um conceito de multiplicidade, tanto no caso das imagens visuais quanto verbais, que não se restringe à ideia de “procriação”, mas se expande na concepção de “muitos em um só”. Eis aí uma possível chave para ampliar o que entendemos por “leitura de imagens”: procurar o que há de vário no aparentemente único.
flaviana natal flaviana1929@yahoo.com.br
ResponderExcluirNós, da E.M. Vila Costa Monteiro recebemos tantos livros da autoria de Ziraldo que os alunos que já amavam suas criações, estão apaixonados pela sua obra.
Vamos inclusive encenar a história do livro Meu Primeiro Herói no dia 24/11/2010, e cada criança receberá um exemplar ao final da apresentação.
Então pensamos, por que não convidar o Ziraldo para vir conhecer a nossa escola, e conversar um pouco conosco? Uma tarde de autógrafos!?
Se é sonhar demais eu não sei, mas tem uma professora maluquinha pra conhecê-lo, cercada de meninos e meninas maluquinhas pra tê-lo por perto.
Conviem-no por favor, se esta data não couber na sua agenda, temos a que estiver disponível para vocês.
Um grande abraço e obrigada pelos livros ofertados às crianças. Faltava ter o que ler. Parabéns pela organização do projeto.