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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Escrevo porque sinto necessidade de aprofundar as coisas, de vê-las como realmente são...”

O Programa Magia de Ler agrega às suas ações formativas presenciais uma variedade de ações à distância, como este Blog – que permite a socialização e a reflexão acerca dos percursos e resultados alcançados, ou ainda, a troca de experiências e a realização de novas aprendizagens.

Nesse mesmo sentido, de potencializar o aprendizado através da interlocução à distância, temos os kits Reflexivos ou Reflexões Documentadas – uma proposta feita nas oficinas, que gera uma produção escrita do professor, a ser lida e comentada pela equipe de formadores do Programa. Neles, o professor reflete sobre sua prática na sala de aula e tem a oportunidade de sistematizar saberes discutidos nas ações presenciais e disponibilizados nos textos teóricos de apoio oferecidos.

Como nos diz Clarice Lispector: “Escrevo porque à medida que escrevo vou me entendendo e entendendo o que quero dizer, entendo o que posso fazer. Escrevo porque sinto necessidade de aprofundar as coisas, de vê-las como realmente são...”. E é desse modo que destacamos a importância da escrita do professor nesses kits, enquanto ferramenta necessária ao seu processo reflexivo e às posteriores regulações em sua prática pedagógica.

As citações a seguir, dão mostra desse potencial reflexivo do professor e de como os kits, podem, de fato, ser um espaço privilegiado para essa ação:
“A abordagem sobre um livro infantil não pode esquecer o reconhecimento do papel que o leitor desempenha neste processo. O leitor ou ouvinte da história não é apenas um receptor passivo de ensinamentos e informações, mas, sobretudo, um indivíduo ativo, que aceita ou rechaça o livro, na medida em que o percebe vinculado ou não ao seu mundo. E a leitura compartilhada estabelece ainda mais esse vínculo de adesão afetiva com o professor leitor e a obra apresentada” (Professora Fabianne Heringer)

“Em situações significativas de aprendizagem é possível fazer com que os alunos avancem muito em suas hipóteses, se antecipem antes da leitura dos textos e tracem estratégias de compreensão com as análises das ilustrações. E o mais importante de tudo isso é que as crianças estão refletindo e dialogando com o texto, elaborando seu pensamento com clareza e coerência, sem precisar que o professor coloque palavras em sua boca” (Professoras Maria Inês de Azevedo Ventura e Cristiane Nascimento Zacarias)

"No primeiro momento considerei a proposta complexa para o nível de escolaridade em que atuo (1º ano), porém, ao seguir as etapas, fui percebendo o quanto as crianças, quando estão realmente envolvidas, são capazes, mesmo como alunos não alfabéticos, de se portarem como "verdadeiros leitores"; ao ficarem "vidrados" ouvindo a história; ao construírem hipóteses, ao compartilhar as emoções que a leitura desperta e ao relacionarem o texto com os fatos do cotidiano" (Professora Deise Lúci da Silveira Ferreira)

"A contação de história já faz parte da rotina das turmas e é um momento que desfrutam com muito apreço e alegria. É o momento em que fazem apreciação, dão suas opiniões, avaliam e refletem a partir do que ouvem e trocam opiniões entre si, visto que cada um tem seu ponto de vista, e que cada ponto de vista é a vista de um ponto! Assim, iniciamos a proposta da indicação literária. Não foi difícil para as crianças entenderem de que se tratava de um “convite” para leitura de uma história, um despertar da curiosidade...” (Professoras Cintia e Damiana)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

e aqui é o rei george!

Foi essa a resposta que a querida e espirituosa escritora, tradutora, precursora da TV e do teatro para crianças no Brasil, Tatiana Belinky, deu a Monteiro Lobato, quando este lhe telefonou, se apresentando e querendo conhecê-la...
E essa é apenas uma mostra da deliciosa conversa que tivemos com ela, recentemente, em uma transmissão ao vivo para 20 escolas de Niterói – uma das ações à distância promovidas pelo PROJETO MAGIA DE LER.
Nessa transmissão, ou CHAT, como denominamos, crianças e professores enviavam, por MSN, suas perguntas previamente preparadas para que a autora as respondesse em vídeo, acessado pelas escolas por um link da Editora Melhoramentos.
A importância de uma interlocução como essa reside na possibilidade de crianças e professores poderem se aproximar mais do trabalho de um escritor e da sua relação com os livros e a leitura, de modo a tomarem para si esses modelos letrados. Assim, se queremos crianças e professores que sejam leitores e escritores proficientes, nada mais interessante que uma interlocução dessa natureza.
Dentre as variadas questões tratadas pela autora, destacaram-se aquelas relacionadas à importância do humor na literatura para crianças e à importância de que as crianças ouçam muitas histórias lidas (e não contadas, ainda que essa forma também tenha o seu valor) e possam manipular e ler livros por si próprias – exatamente como o PROJETO MAGIA DE LER tem proposto.
As fotos abaixo, da Escola Municipal Maralegre, dão mostra desse evento.




quinta-feira, 2 de junho de 2011

tão natural quanto grandiosa





Antonio Cândido nos diz que “a literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, porque pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do caos e portanto nos humaniza”.

Temos aí a força das palavras de um literato.

Jerome Bruner, psicólogo e teórico da educação, diz que os seres humanos nascem com uma disposição para narrar, para contar histórias uns aos outros e que é por meio de nossas narrativas que construímos uma visão de nós mesmos no mundo. Diz que a narrativa nos permite pensar sobre as pessoas e suas condições e, portanto, organiza nossa experiência e está na base da nossa forma de pensar e agir.

Que outras justificativas precisaríamos para considerar a importância do lugar dos livros na escola, na vida das pessoas?...

As imagens ao lado revelam o prazer de algumas crianças da UMEI Bezerra de Menezes, ao receberem, recentemente, livros do Programa Magia de Ler. Que essas cenas sejam cada vez mais corriqueiras e naturais nas escolas, tanto quanto é corriqueira e natural, ainda que, ao mesmo tempo, grandiosa, a necessidade que o ser humano tem de ler e narrar.



quarta-feira, 25 de maio de 2011

palavras

Diz Vigotski que "o pensamento não é simplesmente expresso em palavras; é por meio delas que ele passa a existir".
Assim, a Ciência parece se unir à Arte, quando ouvimos Chico Buarque nos dizer: "palavra prima, uma palavra só, a crua palavra, que quer dizer, tudo, anterior ao entendimento, palavra".
Escrevamos, pois. Deixemos que o pensamento se constitua nas nossas palavras. Usemos esse espaço para compartilhar a educação praticada e refletida. Porque assim, escrita, ela se pensa e se transforma!

O Blog Magia de Ler 2011 está no ar! Participe!